Kissama em risco de extinção

O Parque Nacional da Kissama (PNK), que se estende do rio Kwanza ao Longa, está profundamente ameaçado por interesses imobiliários e industriais. Ao longo da guerra civil, o território do PNK foi ocupado por refugiados, e os animais selvagens que ali tinham um santuário, dizimados. Em tempos de paz, empresários, supostamente em conluio com o Governo da Província do Bengo (que nega as acusações) e a administração municipal da Kissama, sedeada na vila da Muxima, implementam projectos ilegais, porque não licenciados pelo Ministério do Ambiente, o único órgão com autoridade para tal.

Nesta longa reportagem de investigação que fiz com o jornalista Ernesto Gouveia, ficam mais que demonstradas as agressões a que o PNK está a ser sujeito, sob o olhar silencioso das autoridades locais, provinciais e nacionais. Mais de um ano depois, o Ministério do Ambiente continua mudo e calado em relação ao estudo que estaria a ser feito para definir se o parque manteria os limites antigos ou se seria redimensionado, para fazer face à nova realidade social e económica da Kissama que poderá incluir, até, o reinício da exploração on-shore de petróleo.



Comentários

Anónimo disse…
De todos os teus trabalhos que já li, este é o que mais me impressionou. É um facto isolado (a detenção) que acontece fora do principal motivo de reportagem (a Peregrinação) que o repórter, perfeitamente, casou. Foi uma «maldição» que enriqueceu a reportagem.

Álvaro Victória

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