"Vou matá-los e nada restará"
"Eu vou matar qualquer pessoa que queira desestabilizar este país. Se pensam que podem colaborar com os chamados defensores dos direitos humanos, e sairem impunes, é porque vivem num mundo de fantasia. Eu vou matá-los, e nada restará (...) Se estão afiliados a algum grupo de direitos humanos, podem estar seguros que a vossa segurança pessoal não será garantida pelo meu governo. Estamos preparados para matar sabotadores."
Pode parecer o início de um guião de filme de terror, mas não. Até eu não queria acreditar no que estava a ler. Estas foram as declarações, recentes, do Presidente Ayhya Jammeh, da Gâmbia. Uma intevenção muito mais hardcore do que a do nosso presidente, que em tempos disse qualquer coisa como "os direitos humanos não enchem a barriga de ninguém" (comparada com a versão gambiana, esta é conversa de menino de coro).
Com esta mais recente maka na Gâmbia, a reunião da Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, marcada para início de Novembro para a capital, Banjul, e para a qual estou convidado, foi suspensa. A União Africana enviou ao Presidente Jammeh um repto para se retractar e garantir a segurança dos conferencistas e demais pessoal convidado pela Comissão. A resposta ainda não chegou, nem se sabe se vai chegar.
Entretanto, a situação por terras gambianas vai-se complicando. Desapareceram jornalistas; um outro, Deyda Hydara, foi morto em 2004, um caso nunca resolvido. Este senhor Presidente Ayhya Jammeh disse também, há tempos, que os jornalistas teriam que lhe obedecer. Caso contrário, que "fossem para o inferno". Percebo porque é que a minha "Profissão: jornalista" foi olhada com desconfiança na hora de pedir o visto para lá, que esteve prestes a ser-me negado.
Mas Jammeh, que anunciou, em Janeiro de 2007, ter descoberto uma cura para a SIDA com base num tratamento tradicional, tem mais pecados na lista. Em Maio do ano passado, ameaçou "cortar a cabeça" de qualquer homossexual, homem ou mulher, que descobrisse no seu país. Mais tarde, deu-lhes um ultimato para sair da Gâmbia antes que fosse tarde. Pesam também sobre ele, por exemplo, as mortes de 12 estudantes, pelas tropas governamentais, durante uma manifestação em 2000. Por isto tudo, a União Africana fala em deterioração clara da situação dos direitos humanos. Não é para menos. E assim vai o sonho de emancipação e progresso das nações africanas. O caminho ainda é longo.
Pode parecer o início de um guião de filme de terror, mas não. Até eu não queria acreditar no que estava a ler. Estas foram as declarações, recentes, do Presidente Ayhya Jammeh, da Gâmbia. Uma intevenção muito mais hardcore do que a do nosso presidente, que em tempos disse qualquer coisa como "os direitos humanos não enchem a barriga de ninguém" (comparada com a versão gambiana, esta é conversa de menino de coro).
Com esta mais recente maka na Gâmbia, a reunião da Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, marcada para início de Novembro para a capital, Banjul, e para a qual estou convidado, foi suspensa. A União Africana enviou ao Presidente Jammeh um repto para se retractar e garantir a segurança dos conferencistas e demais pessoal convidado pela Comissão. A resposta ainda não chegou, nem se sabe se vai chegar.
Entretanto, a situação por terras gambianas vai-se complicando. Desapareceram jornalistas; um outro, Deyda Hydara, foi morto em 2004, um caso nunca resolvido. Este senhor Presidente Ayhya Jammeh disse também, há tempos, que os jornalistas teriam que lhe obedecer. Caso contrário, que "fossem para o inferno". Percebo porque é que a minha "Profissão: jornalista" foi olhada com desconfiança na hora de pedir o visto para lá, que esteve prestes a ser-me negado.
Mas Jammeh, que anunciou, em Janeiro de 2007, ter descoberto uma cura para a SIDA com base num tratamento tradicional, tem mais pecados na lista. Em Maio do ano passado, ameaçou "cortar a cabeça" de qualquer homossexual, homem ou mulher, que descobrisse no seu país. Mais tarde, deu-lhes um ultimato para sair da Gâmbia antes que fosse tarde. Pesam também sobre ele, por exemplo, as mortes de 12 estudantes, pelas tropas governamentais, durante uma manifestação em 2000. Por isto tudo, a União Africana fala em deterioração clara da situação dos direitos humanos. Não é para menos. E assim vai o sonho de emancipação e progresso das nações africanas. O caminho ainda é longo.
Comentários