Isto para quê?
Às vezes um gajo olha para estas reflexões e pensa: Isto para quê? Isto para quem? Ou melhor, quem raio se vai interessar pelo que eu tenho para dizer sobre mim? E chego à conclusão que esta coisa de blogs é perversa. Antes escrevíamos em diários onde nos justificávamos e nos fechávamos a sete chaves. Hoje expomo-nos. Deliberadamente. Como se fossemos muito importantes e a nossa opinião contasse e desvendasse alguma verdade universal nunca antes pensada. Globalizamo-nos até a nós mesmos e perdemos o sentido do individual. Eu também caí no erro. E massifiquei-me. Mas talvez esta seja até uma forma de nos eclipsarmos. Se calhar mais eficaz do que nos fecharmos em cadernos escondidos numa gaveta (de capa preta, como tive durante muitos anos) que, por serem secretos, apetece arrombar a todo o custo.
Comentários
Pode continuar a escrever.
beijos
Mais uma vez passo e deixo rasto. Partilho das tuas ideias quanto a globalização do eu com a exposição do nosso dia-a-dia nos blogues. Se calhar seja obra para nada. "Quem realmente se importa com os nosssos feitos e desfeitos"?
Porém pode ser que haja alguém que "destes retalhos se alimente". E garanto-te que há mesmo. Acabei de ler o que te vai na alma quanto ao "ser e estar..." Tb sei que nem tudo o que nos invade ou cruza a alma é exteriorizado. Os blogues ainda coabitam com a negra agenda de gaveta à sete chaves. Ali ficam coisas que se poderão dizer apenas num amanhã sem data. Ou assim não será?
Abraço