Angola deportou ilegalmente imigrantes

Em 2004, catorze imigrantes gambianos expulsos de Angola apresentaram uma queixa à Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos (CADHP), organismo da União Africana, pelo que diziam ter sido a violação dos seus direitos pelo Estado Angolano. Depois de quatro anos a apelar a Luanda para contra-alegar, e sem obter qualquer resposta, a CADHP deliberou: Angola violou nove artigos da Carta Africana dos Direitos Humanos, ao deportar ilegalmente os queixosos, ao extorquir-lhes os bens, ao negar-lhes o acesso à justiça, ao destruir-lhe os documentos, etc, etc, etc.

Ao ignorar completamente os apelos da CADHP para dar a sua versão dos factos (e quem sabe provar que, eventualmente, a história até não estaria bem contada), o governo angolano demonstrou, mais uma vez, que esta atitude autista que muitas vezes o caracteriza só lhe fica mal e acaba por ser um tiro de bazuca nos próprios pés. Porque mais cedo ou mais tarde a notícia sai cá para fora e é a imagem de Angola que se suja com o rótulo de "violador de direitos humanos", tantas vezes colado à nossa bandeira. Até porque como vai dizendo o ditado, quem cala consente.

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