Uma história de identidade
Alexander Huerta é antropólogo da Pontifícia Universidade
Católica do Peru. A sua visão sobre o tema é clara: "A cultura africana deu-nos
muito. Trouxe alegria, uma forma diferente de ser, de expressar-nos e de sentir
a vida. Penso que nos proporcionou uma visão não tão trágica sobre a religião."
No documentário "Festividade do Senhor dos Milagres", o académico realça:
"um Cristo negro uniu-nos como povo, de uma forma que nenhum outro
personagem na história do país conseguiu fazer. E isso diz muito sobre a
identidade inata do Peru". "Para mim", conclui, "isto é uma
história de amor".
Jaime Arenas alinha pelo mesmo diapasão. O membro da Irmandade
de Lima aponta que "a imagem pintada deu origem a um série de cultos e
bailes africanos que se misturaram com fé católica".
"Inclusivamente", revela, "a Irmandade está formada, quase na
sua maioria, por negros".
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