Uma história de identidade















Mais que uma lenda cristalizada em 1650 sobre um escravo da Confraria de Pachacamilla, a influência da "Nação Angola" no Peru e na tradição do Senhor dos Milagres é uma questão de identidade.

Alexander Huerta é antropólogo da Pontifícia Universidade Católica do Peru. A sua visão sobre o tema é clara: "A cultura africana deu-nos muito. Trouxe alegria, uma forma diferente de ser, de expressar-nos e de sentir a vida. Penso que nos proporcionou uma visão não tão trágica sobre a religião." No documentário "Festividade do Senhor dos Milagres", o académico realça: "um Cristo negro uniu-nos como povo, de uma forma que nenhum outro personagem na história do país conseguiu fazer. E isso diz muito sobre a identidade inata do Peru". "Para mim", conclui, "isto é uma história de amor".

Jaime Arenas alinha pelo mesmo diapasão. O membro da Irmandade de Lima aponta que "a imagem pintada deu origem a um série de cultos e bailes africanos que se misturaram com fé católica". "Inclusivamente", revela, "a Irmandade está formada, quase na sua maioria, por negros".


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