A aldeia
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O sistema de defesa e de
logística que Yanga e Matoza formaram para manter a sua rebelião era complexo. Como
contou ao NJ o historiador veracruzano Simón Tiburcio, em toda a região sob a influência
do líder africano havia "mais de 250 aldeias, conhecidas por palenques,
que abasteciam os guerrilheiros de comida e que lhes serviam de refúgio e de
postos militares".
Quando entraram na
aldeia onde vivia Yanga, os espanhóis depararam-se, segundo a descrição do
padre Juan Laurencio, com cerca de 60 casas. No centro do povoado, "havia
uma árvore muito alta e na sua copa uma espécie de gávea, onde os sentinelas se
punham de atalaia e de onde se podia ver muita terra" até ao caminho real
que ligava o estratégico Porto de Veracruz à Cidade do México. Junto ao
"pé da árvore estava a casa de Yanga", onde, como num jango, "se
faziam as consultas de guerra e paz, como o comprovam os muitos assentos e
bancos".
O lugar, entre escarpas
de difícil acesso na serra Zongólica, em Veracruz, tinha à sua volta
"muitos bananais e outras árvores". Naquelas terras
"fertilíssimas" havia também plantações de "algodão, batata-doce,
'chiles' (jindungo), tabaco, abóbora, milho, feijão, cana-doce e outros
legumes" e uma "criação de galinhas". Segundo o jesuíta, a
organização do palenque era sólida e orientada para a guerrilha, estando
"metade da população dedicada à agricultura e a outra metade à
milícia". Na aldeia principal, contabiliza o padre, "não viviam mais
de oitenta homens de luta e alguns negros nascidos naqueles montes, e ainda
vinte e quatro negras e índias."
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