O manifesto dos estudantes



A 8 de agosto de 1968, os estudantes criam o Conselho Nacional de Greve (CNH, sigla em espanhol). “Era um movimento horizontal, não havia uma cabeça visível”, assegura Adriana Corona, representante da sua preparatória no organismo.

Desde logo, fixam um novo rumo. “Não negamos a importância da violação aos plantéis educativos, mas a nossa luta é pelo exercício dos direitos que outorga a Constituição”, declarou, na altura, um dos dirigentes, José Tayde Aburto.

Surge então um manifesto petitório de seis pontos que exige indemnizações aos estudantes reprimidos pelas autoridades; a extinção dos granaderos; a destituição do chefe da polícia da capital, Luis Cueto. Intima ainda à liberdade dos “presos políticos” e pede a eliminação do chamado delito de “dissolução social” (difusão de “propaganda política” com o fim de atacar a “soberania nacional” ou provocar “rebelião, tumulto, sedição ou escândalos”). “Eram exigências muito simples, mas no México de então eram consideradas subversivas”, realça Joel Ortega.

O CNH assume também a coordenação das brigadas de estudantes, uma das prioridades do movimento. “A imprensa estava controlada, a única forma que tínhamos de expor as nossas ideias era subir aos autocarros, ir aos bairros, mercados, a outros estados, e falar com as pessoas. Fazíamos também peditórios. Foi o povo quem financiou o movimento”. Testemunho de Adriana Corona.

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